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MARGARIDAS Margarida Rebelo Pinto acha que tem "uma intuição filha da puta" para o negócio dos livros. Numa extensa entrevista concedida a "O Independente", há uns tempos atrás, a jornalista fez questão de assumir que escreve livros com um olho no mercado e que teve o cuidado, no seu último, de suprimir toda "a lixeira" contida nos anteriores. Sobre os seus estimados leitores, que diz serem entre 200 mil e 300 mil, Margarida garantiu que eles vão das tias da linha aos ciganos não sei de onde. Dos "colegas" escritores, Margarida queixou-se de que não lhe ligam nenhuma e que se perdem em masturbações intelectuais, embora eu suspeite que ela queria dizer outra coisa. Dos críticos que acham os seus livros uma magnífica estopada, e que diz serem 10 em 50 mil, Margarida irrita-se porque nem se deram ao cuidado de os ler. Sobre o Mundo em geral, Margarida espera "purificar um bocado as coisas" com a publicação dos seus livros, e sobre o seu em particular, às vezes sente-se inútil porque não sabe se está "a ajudar as pessoas". E daí?, perguntar-me-ão os meus queridos leitores. Daí que eu acho muito bem que Margarida publique os livrinhos que muito bem lhe apetecer com o intuito de purificar as coisas e, de caminho, embolsar uns dinheiros. Só acho extraordinário é que haja tanta gente a ler margaridas quando todos os estudos dizem que ninguém lê. E que todo o bicho careto que faz sucesso nas tvs tenha desatado, de um momento para o outro, a escrever livros sobre tudo e mais alguma coisa apenas com o intuito de explorar o filão. Dizia Vasco Pulido Valente (entrevista à "Ler" do último Inverno) que se acalma a ler "trash". Será que ele é um caso isolado ou são os portugueses que andam demasiado nervosos?
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Até Já
• 13-01-2011 |