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LÁGRIMAS DE CROCODILO O alarido que por aí vai devido ao comportamento das televisões no caso de pedofilia é um manifesto exagero. Com o agravante de muitos dos que agora reclamam andarem há anos na política ou nos jornais, onde se calcula que tenham sabido o que se estava a passar e nunca abriram a boca. Não há bicho careto com coluna nos jornais que não tenha falado mal dos média, especialmente das televisões, acabando a fazer o mesmo julgamento sumário de que acusam as televisões. Não que as televisões não se tenham excedido — eu não vi mas acredito que se tenham excedido —, mas porque o caso tinha saído de cena em dois dias se não fossem esses excessos. E sair de cena em dois dias um caso desta envergadura é meio caminho andado para que a Justiça se demita das suas funções, de que já deu mostras no passado. Divulgaram as televisões pormenores perfeitamente escusados? Tudo indica que sim. Mas é bom não esquecer que já fizeram mais as televisões contra a pedofilia de que as instituições (in)competentes em dezenas de anos. É uma triste realidade mas é assim. De maneira que a cruzada a que estamos a assistir é não só um manifesto exagero como despropositada. Além de produzir efeitos contrários, já que ela desvia as atenções do essencial. E o essencial é que a Justiça falhou em toda a linha e não foi a primeira vez. Pelo que seria mais oportuno que estes senhores concentrassem as suas energias exigindo que se apure quem falhou e porquê. É repugnante algum “jornalismo” que por aí se pratica? Sem dúvida que é. Mas ainda mais repugnante é a choradeira desta gente, que hoje verte lágrimas de crocodilo pelo que ontem fingiu que não viu.
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Até Já
• 13-01-2011 |