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AUTO DEIXA ANDAR Quatro meses após o que se presume terem sido de intensa reflexão, as televisões portuguesas e a Alta Autoridade para a Comunicação Social chegaram, finalmente, a um "acordo de auto-regulação". Segundo os jornais, o acordo prevê mudanças nos chamados "reality shows" (qualquer coisa à volta da privacidade), o compromisso de reforçar "os mecanismos que garantam qualidade à informação e clarifiquem os critérios jornalísticos" e mais umas miudezas de que já me não lembro. Inquirido sobre o desfecho do negócio, o doutor Balsemão reconheceu que foi "o acordo possível". O presidente da Alta Autoridade realçou que o acordo fornece "traves mestras" e faz com que a lei tenha agora "um valor moral mais forte". Paes do Amaral, da TVI, advertiu que "mais do que isto seria limitar a liberdade de expressão no audiovisual". João Carlos Silva, da RTP, também disse qualquer coisa, mas confesso que já não me lembro o quê. Do que me lembro perfeitamente é de tudo ter acabado em bem, suponho que a bem das TVs e da própria Nação. Com certeza que tudo isto não passou de mais um exemplo destinado a ilustrar a famosíssima tese de que é necessário que alguma coisa se mude para que tudo fique na mesma. Mas, bem vistas as coisas, que outra coisa seria de esperar?
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Até Já
• 13-01-2011 |