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LIXO Passou praticamente despercebida a notícia de que uma fundação britânica resolveu premiar um artista com uns milhares de libras por este ter realizado um «trabalho artístico» que ficou conhecido (e célebre) por ter sido retirado de uma galeria por uma senhora da limpeza, que julgou tratar-se de lixo. O «trabalho artístico» — um saco de lixo com recortes de jornais, cartão e outros pedaços de papel — pertencia a Gustav Metzger, um «artista» alemão geralmente apresentado nos meios como sendo o inventor da «arte auto-destrutiva». Infelizmente, a fundação não premiou a senhora que resolveu pôr o lixo no dito, sem dúvida um gesto que fez mais pelo «trabalho artístico» de Metzger e pela «arte auto-destrutiva» em geral que a coisa agora premiada. Sim, o trabalhinho não está ao alcance de qualquer um, até porque já se viu que há o risco de haver quem tome aquilo à letra — embora o gesto da senhora configure uma interpretação tão legítima como qualquer outra. Mas é bom não esquecer, também, de que a suposta genialidade da «obra» corria o risco de passar despercebida caso não fosse o mal-entendido, além de que ainda ninguém demonstrou que a senhora da limpeza não percebe do assunto.
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Até Já
• 13-01-2011 |