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MEXER NA DITA Clara Pinto Correia acha que a cópia quase integral de um texto publicado na "New Yorker" — e depois servido aos leitores como se de prosa sua se tratasse — não passou de um "«fait-divers» absolutamente trivial". Em entrevista ao "Expresso", a ex-cronista da "Visão" voltou a justificar o "copianço" com uma explicação absolutamente estapafúrdia, como se o cansaço ou os problemas familiares explicassem o que se passou. E depois não se coibiu de chamar "abutres" a quem se atreveu a criticá-la. Porque há pessoas que gostariam que a sua vida "ficasse toda em cacos"; porque a comunicação social tentou "fazer um casaco a partir de um botão"; porque existe na comunicação social "a voragem de tentar demolir pessoas visíveis". Enfim, um autêntico "circo de feras" destinado a liquidá-la. Além de um manifesto exagero, é claro. Porque é preciso não esquecer que aquilo que se passou pode acontecer a qualquer um, diz ela, embora depois tenha garantido que jamais lhe volta a acontecer. Além disso, o "copianço" não tem a importância que se lhe deu, já que "não é um trabalho académico", "não é um artigo científico", "não é sequer um exercício de investigação jornalística". Ou seja, foi mesmo um "fait-divers". E, porque assim foi, Clara acha que merece uma segunda oportunidade. Só que a entrevista ao "Expresso", claramente uma segunda oportunidade para explicar melhor o que se passou, não ajudou mesmo nada a demonstrar essa tese. Muito pelo contrário. Acabou por ser um puro mexer na merda que, como seria de esperar, voltou a cheirar mal.
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Até Já
• 13-01-2011 |