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SOMOS TODOS FRANCESES Andam por aí uns cavalheiros que não escondem a satisfação pelos acontecimentos em França. Andam mas não deviam, e não só porque é indecente. Acham que os governos franceses devem pagar a incúria de anos? Que se fartaram de fingir que não existia o problema que têm em mãos? Que se têm pautado pela arrogância e pela superioridade moral? Pois bem, só que o que se passa em França pode alastrar ao resto da Europa, como os casos da Bélgica e da Alemanha deixam antever. Ao resto da Europa mas não só à Europa, que tudo o que é mau propaga-se com uma rapidez espantosa. Além disso, é bom não confundir os governantes com o povo francês, que é quem paga a factura. Não tem a Europa, pelo menos alguns países da Europa, o mesmo problema que a França, capaz de explodir de uma hora para a outra? A resposta é óbvia: alguém lhes vai mandar a factura, mais tarde ou mais cedo. Eu sei que é barato criticar a política francesa dos últimos anos, a arrogância face aos americanos. Também não custa nada dizer que «estavam mesmo a pedi-las», como se disse dos americanos no 11 de Setembro. Só que não se deve ir por aí, até porque é o povo que paga os erros dos governantes e não é seguro que a coisa se fique pelos franceses. Com certeza que, em França, seria bom que a coisa se resolvesse com a demissão do ministro do Interior, que se comportou de forma desastrosa ao não ver além das aparências, mas não me venham dizer que ele é o culpado pelo clima instalado, que isso é procurar um bode expiatório a qualquer preço. O problema de França é outro, e foi diagnosticado há anos. De França e, repito, de outros países europeus. Como não foi curada a tempo, a doença só podia dar no que deu. Resta saber se ainda tem cura, se a coisa vai ficar por aqui. Até lá, sejamos todos franceses.
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Até Já
• 13-01-2011 |