ILÍDIO MARTINS página pessoal |
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SHARON Ainda há pouco escrevi o que penso sobre Ariel Sharon. Não vou, portanto, repetir-me. Mas, face às lágrimas de crocodilo que por aí vão por causa do estado de saúde do velho general, permitam-me que acrescente duas ou três coisas. Para começar, não sou judeu, e julgo ter uma visão distanciada do conflito israelo-palestiniano. Sempre achei que há culpas e razão dos dois lados, estou convencido de que ambos os contendores têm as mãos sujas de sangue do adversário, choca-me que se diga que o Holocausto nunca existiu e que Israel deve ser varrido do mapa. Depois, para dizer que não me parece haver grandes razões para festejos na Palestina ou fora dela com o mais que provável desaparecimento de Ariel Sharon. Pelo contrário. Como os próprios palestinianos já admitiram, a saída de cena do actual primeiro-ministro israelita não augura nada de bom. Nem para os palestinianos, nem para os israelitas, nem para o resto do mundo. Tirando os que acreditam que o conflito só se resolve com a vitória de um sobre o outro — ou, pior, com o fim do outro —, julgo que toda a gente vê a evidência. Ao contrário de Yasser Arafat, cuja morte abriu o caminho para a paz, o desaparecimento de Ariel Sharon anuncia o caminho para a guerra. Quem pode regozijar-se com isso?
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Até Já
• 13-01-2011 |