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GRANDES PORTUGUESES Antes de mais, é preciso não esquecer que Os Grandes Portugueses é um programa de entretenimento, pelo que os resultados da votação não podem ter a mesma leitura que uma eleição democrática. Isto para dizer que o desfecho do concurso da RTP — que ditou a vitória de Salazar — tem que ser visto à luz desse pressuposto, como teria que ser visto à luz desse pressuposto qualquer outro resultado que ditasse outro desfecho. Posto isto, é bom, também, que não se desvalorize em demasia a vitória do ditador. Afinal, a escolha dos telespectadores, mesmo dos telespectadores que terão levado a coisa mais a peito, dá que pensar, e parece-me um erro fazer de conta que o assunto não tem importância. Com certeza que a vitória de Salazar não é «uma catástrofe» ou uma «restauração política», como salientou Jaime Nogueira Pinto, muito menos a «apologia» ou o «branqueamento do fascismo», como disse Odete Santos. A vitória do ditador significa, sobretudo, que há quem não morra de amores pelas práticas políticas vigentes e quem olhe com desencanto para o regime saído de Abril, embora também se adivinhe que entre os votantes haja quem não sabe o que foi o salazarismo e quem tenha saudades desses tempos. Nada de especialmente preocupante, apesar de os mais exaltados nos quererem fazer crer do contrário. Aliás, o resultado não seria exaltante caso esta gente pudesse escolher o vencedor.
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Até Já
• 13-01-2011 |