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TRABALHO POLÍTICO Depois de ter ameaçado os senhores deputados com um “Código de Conduta” e ver os discursos sempre que estes se desloquem ao estrangeiro em representação da Assembleia da República, Mota Amaral voltou a ser um desmancha-prazeres. Desta vez porque não viu motivo que justifique as faltas de três dezenas de deputados que decidiram baldar-se aos trabalhos parlamentares para irem ver a bola. Como seria de esperar, choveram reacções de todo o lado mal foram conhecidas as intenções do presidente do Parlamento. Em jogo estava uma representação de Portugal ao mais alto nível, lembraram os deputados. Assim sendo, a ausência dos cavalheiros justificava-se plenamente com “trabalho político”. E o que é “trabalho político”? Vasco Pulido Valente, contando a sua experiência como deputado, dizia que “trabalho político” era uma figura à sombra da qual se podia fazer quase tudo. Desde ir ao cinema a ficar em casa a dormir. O “Diário de Notícias” lembrou que nunca um deputado perdeu um mandato por exceder o número de faltas injustificadas (três) ou pagou multa (cerca de 170 euros cada), apesar de ter descoberto que dezena e meia de deputados atingiu (ou ultrapassou) as três faltas injustificadas em 2001. Quer isto dizer que nem foi necessário recorrer ao “trabalho político” para justificar o que, de outro modo, não seria justificável? Pelo menos é a ideia que fica. E como já não bastasse mais esta pouca-vergonha — que o presidente da AR diz ter prejudicado o prestígio da classe política —, já se anuncia uma outra: os deputados que habitualmente participam nas reuniões da Organização Mundial de Comércio foram substituídos por outros no próximo encontro, porque este se realiza... em Cancun. Um verdadeiro caso de “turismo parlamentar”, terá dito ao “DN” um dos preteridos. João Vieira de Almeida dizia, ainda no “DN”, que “os deputados devem a si mesmos a péssima imagem que têm”. Alguém tem dúvidas?
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Até Já
• 13-01-2011 |