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ESMOLA AO CEGUINHO Um auto denominado "Grupo de Apoio à Candidatura de Nuno Cardoso" à Câmara do Porto resolveu criar uma página na net para pressionar o actual presidente da edilidade portuense a candidatar-se a mais um mandato. Lida a substância, fica-se a saber que a criatura é um "homem de poucas palavras, "muito trabalhador e sincero" e filho de um coronel de artilharia. Que sempre foi fiel (assim mesmo) ao doutor Gomes e que tem um "jeito descontraído e prático". Que utiliza "a política como um meio para servir os outros", abdicando de "características como a hipocrisia e a demagogia". E que, haja deus, tem um defeito: "não é um grande orador". E daí?, perguntarão os meus leitores. Daí que o homem "está a ser julgado por querer trabalhar demais e por andar a fazer o que os outros já deviam ter feito há muitos anos". Exemplos? "Num só ano o Porto cresceu mais que nos últimos 20 anos". E que lhe fizeram então? Bem, houve "um rol de pressões, agressões e boicotes de todos aqueles que querem o poder", começando pelos célebres foguetes que haviam de estourar na passagem do milénio e que não estouraram devido a "sabotagem". Depois foi acusado de não ter o "cartão rosa" e, quando o tinha, acusado de o ter. Por aí fora. De maneira que, diz o grupo, o engenheiro precisa de estímulo para se candidatar. E nada mais estimulante do que enviar-lhe um e-mail de apoio para a Câmara do Porto. Coisa simples e moderno. Presume-se que os próximos capítulos de tão comovente novela hão-de meter uma missa na Sé ou uma marcha silenciosa, como agora está tão em moda. E, é claro, espera-se que resultem. Porque, se não resultarem, é seguro que vamos ter que gramar o discurso do desgraçadinho. E aí, meus amigos, eu acho que vou chorar.
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Até Já
• 13-01-2011 |