ILÍDIO MARTINS página pessoal |
|
DESABAFOS | TRABALHOS | BLOGUE | Identificação | Contacto | |
RESCALDO Agora que o Mundial já se acabou, duas ou três coisas para encerrar o capítulo Scolari. Um seleccionador que se dá ao luxo de não convocar aquele que é considerado o melhor jogador português da actualidade e de convocar guarda-redes com desempenhos medíocres (ou que não jogam nos seus clubes), de escolher jogadores sem equipa (ou que não jogam nas equipas a que pertencem), de optar por estrelas que já viram melhores dias (ou que já não podem com um gato pelo rabo), deixar Pinto da Costa a falar sozinho e levar Portugal às meias-finais de uma competição como o Mundial de Futebol é obra que não está ao alcance de todos — e que só pode merecer o aplauso geral. Vicente Jorge Silva perguntava, no DN, «o que podemos fazer para merecermos a selecção» que temos. De facto, a selecção deu aos portugueses o que muitos prometem mais só ela deu: alegrias, um saudável patriotismo, a tão falada auto-estima. Não se percebe, por isso, o fundamentalismo anti-futebol e a natureza das críticas que por aí se viram, e ainda menos que o entusiasmo à volta da selecção tenha incomodado tanta gente. Claro que também eu só me lembro de ver o Pauleta por altura dos hinos e não me recordo de Portugal jogar da forma atractiva que a FIFA garante, mas não são críticas destas a que me refiro. Falo das críticas que demonstraram estar mais interessadas nos interesses particulares que no interesse geral, dos críticos que se indignaram com a atenção dispensada ao futebol — e, por consequência, roubada a eles próprios. Percebe-se que a atenção dada à selecção possa exceder o razoável, mas já não se compreende que reajam por puro ciúme e com argumentos sem pés nem cabeça. Sim, eu tenho dúvidas de que é mais importante o que eles dizem do que os feitos da selecção — e estou longe de ser um entusiasta do futebol. Por muito que lhes custe, a questão que tomam por evidente levanta-me dúvidas — e, ao que vejo, não só a mim. Coisa que não sucederia caso houvesse um pouco mais de bom senso e menos fundamentalismo.
© Direitos Reservados. |
Até Já
• 13-01-2011 |