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ALDRABICES Al Gore e Michael Moore têm uma coisa em comum: ambos se especializaram em documentários ficcionados. Quer dizer, ficcionados depois de serem detectados «factos» que, afinal, não passam de ficção, mas que teriam passado por verdades inquestionáveis caso não fossem descobertos. Há, porém, uma diferença: não consta que Moore tencione candidatar-se à Presidência dos EUA. Como não é assim com Gore, que tem uma agenda política apesar de garantir o contrário, o caso muda de figura. Repare-se no tribunal britânico que decidiu que Uma Verdade Inconveniente só pode ser exibido nas escolas inglesas na condição de os professores advertirem os alunos para as partes que não têm suporte científico. O que quer isto dizer? Evidentemente que não há duas interpretações: a «verdade inconveniente» de Gore contém erros grosseiros e mentiras convenientes (nove, segundo o tribunal). Infelizmente, nada disto importou à douta academia que lhe deu o Nobel da Paz, apesar de amplamente conhecidas as aldrabices ainda antes da decisão do tribunal. Não importou, nem surpreendeu. Afinal, como ficar surpreendido com uma instituição que premeia terroristas? Dir-me-ão que Gore trouxe para a ribalta a questão do aquecimento global, e isso, por si só, merece aplauso. Com vossas licenças, discordo. Discordo porque o assunto não está a ser tratado de forma séria, inclusive pela comunidade científica, e quando assim é o que poderia ser útil apenas serve para envenenar uma discussão que se espera — e deseja — séria. Aliás, quem, nesta altura do campeonato, e apesar do que já se disse e escreveu sobre o assunto, não tem dúvidas sobre o aquecimento global? Quem está seguro de que nos estão a dizer a verdade, e só a verdade? É que se uns não estão interessados em mudar o que aparenta estar mal, outros não hesitam em aldrabar-nos. Assim sendo, em quem devemos fiar-nos? Nos irresponsáveis, ou nos aldrabões?
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Até Já
• 13-01-2011 |