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MAL MENOR Ainda falta uma semana e tudo pode acontecer, mas arrisco dizer que votarei Obama nas Presidenciais da próxima terça. Chego ao senador do Illinois por exclusão de partes, no caso exclusão de McCain, que não me parece o líder capaz de provocar a catarse que o país espera e necessita, e porque arrepia só de pensar que a sra. Palin o pode substituir (McCain tem 72 anos e um historial médico que não se pode negligenciar). Reconheço que a expectativa em torno do candidato democrata é muito exagerada, mas a verdade é que o país quer mudança, e Obama é o que melhor corporiza essa vontade de mudança. Mais: o mundo espera mudanças na América, como a viagem de Obama à Europa bem demonstrou e a imprensa internacional todos os dias confirma, e vê em Obama o garante dessas mudanças. A mera promessa de que algo vai mudar, naturalmente mudar para melhor, é, por si só, positivo, mesmo que nada mude de substancial. É preciso ver que Obama representa a esperança de milhões de americanos que a perderam e que, graças a ele, voltaram a acreditar, e também não se pode esquecer que Obama se apresenta como o líder capaz de romper com «o sistema», entenda-se por «sistema» aquilo que se quiser. Se isto não basta para ser eleito, ou para ser bem-sucedido caso for eleito, ajuda muito. Dito isto, devo acrescentar que não espero nada de especial do candidato, muito menos grandes mudanças (romper com o «sistema» é pura demagogia), e julgo desnecessário dizer que voto nele sem grande entusiasmo. Tenho dúvidas, por exemplo, na área económica, não simpatizo com a generalidade das posições no que respeita à política externa (que ninguém sabe bem quais são), e não fiquei convencido em questões como a energia ou a segurança — embora não duvide que o pragmatismo, cada vez mais a minha «ideologia», falará mais alto caso seja eleito. Os apoios de Mário Soares e Ana Gomes, bem como de Michael Moore e Fidel Castro, também não ajudam, pois estão sempre a lembrar-me que não estou bem acompanhado. Mas não tenho a ilusão de que estaria mais bem acompanhado caso escolhesse McCain. Aliás, em política cada vez tenho menos ilusões. Há muito descobri que os melhores não estão, necessariamente, do nosso lado, e ainda bem que assim é. Assim sendo, e apesar das reservas, resolvi conceder a Obama o benefício da dúvida, porque Obama me parece o mal menor. Isto porque considero que os candidatos têm mais defeitos que virtudes, ao contrário do que diz por aí. Mas conto dormir descansado caso ganhe McCain.
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Até Já
• 13-01-2011 |