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OS MÉDICOS Uma senhora de setenta e tal anos dirige-se a um Centro de Saúde para uma consulta marcada há semanas. Uma vez lá chegada, é informada que a médica decidiu fazer greve. Três semanas depois, a mesma senhora dirige-se ao mesmo Centro de Saúde para nova consulta e de novo é informada que a médica não está — nem vai estar — durante um mês. Algum congresso num país exótico a convite de uma multinacional? Tudo indica que sim. E outro médico para substituir a doutora, não há? Não havia, que a senhora diz que não há médico que a queira. E porquê? Porque os médicos alegam ter doentes a mais. Exactamente. Doentes a mais nos Centros de Saúde, que não consta que haja doentes a mais na medicina privada. A cena passou-se algumas semanas após a enésima greve dos médicos, desta vez por três dias e por causa da reestruturação dos Centros de Saúde. Evidentemente uma greve que pretendeu “defender os interesses dos utentes”, como outras greves no passado pretenderam defender os interesses dos utentes. Aliás, há anos que os médicos fazem greves para defender os interesses dos utentes, não se percebendo por que é que os utentes continuam tão indefesos e mal servidos. Pior, muito pior, só o facto de não poderem reclamar e, muito menos, fazer greve. Muito pelo contrário. Há que ir para o médico com paninhos quentes; há que tentar convencer (às vezes subornar) a empregada para ver se ela dá um jeito de não ter que esperar tanto tempo pela consulta; há que não fazer ondas porque eles têm o faca e o queijo na mão. Simplista, o retrato? Só se pecar por defeito.
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Até Já
• 13-01-2011 |