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ERA O VINHO Depois de se ter revelado ao País por mandar retirar das bancas a edição de um semanário regional que continha uma entrevista por ele concedida que o jornal resolveu publicar sem a revisão prévia do entrevistado, edição que regressaria às bancas após o entrevistado ter feito as alterações que muito bem entendeu, o secretário de Estado da Administração Interna ameaçou os produtores de vinho de «diminuir consideravelmente» a taxa de álcool no sangue permitida pelo Código da Estrada caso o sector vinícola não faça alguma coisa para contrariar o número de vítimas na estrada. Acontece que a ameaça de Ascenso Simões foi infeliz e levanta algumas dúvidas. Para começar, não se vê por que há-de ser apenas o sector vinícola a pagar pelo excesso de álcool na estrada, quando é sabido que há outros álcoois tão ou mais responsáveis. Depois, não se compreende que há três anos o então deputado tenha defendido o contrário do que agora professa, como lembrou o DN. Por último, houve quem no Governo se tivesse apressado a esclarecer que a ameaça de Ascenso Simões não passou de um «desabafo», aproveitando para deixar claro que só três pessoas no Executivo têm competências na matéria: os ministros da Agricultura e da Administração Interna, e o primeiro-ministro. Ascenso Simões quer diminuir os acidentes na estrada originados pelo álcool? Comece por reforçar a vigilância das leis que já existem. Qualquer estrangeiro que chegue a Portugal e se meta num automóvel constata em meia hora que transgredir o Código da Estrada é um desporto nacional, a regra quando devia ser a excepção, e não só por causa do álcool. Claro que o ideal seria que as pessoas bebessem menos antes de irem para a estrada, mas quem acredita que isso se resolve com campanhas de sensibilização? Evidentemente que a coisa só muda quando a punição for regra e não excepção. A não ser que a ideia seja mudar para que tudo fique na mesma, como dizia o outro. Mas, nesse caso, mais valia não ter aberto a boca, pois não tinha entrado mosca.
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Até Já
• 13-01-2011 |