ILÍDIO MARTINS página pessoal |
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FRONTALIDADE Tenho o hábito de assinar o que digo sem olhar a consequências. Como se calcula, isto só me traz dissabores — e nenhum proveito. Mas cada vez se torna mais difícil ser de outra maneira, pois cada vez suporto menos a mentira, as meias tintas, a hipocrisia. Deixei, por exemplo, de ter paciência para quem diz uma coisa agora e logo outra, para quem pensa segundo as circunstâncias e as conveniências. A passagem do tempo tem-me suavizado muita coisa de que não gosto, mas tornou-me mais radical neste aspecto — e é tarde para mudar. A hipocrisia é, de longe, o que mais me custa, e não digo a hipocrisia travestida de cortesia — aquela que todos praticamos no dia-a-dia quando está em causa a conta da mercearia ou a renda de casa. Claro que dizer em público o que penso é pôr-me a jeito para levar pancada — pancada pelo atrevimento de dizer, pancada dos que discordam do que digo, pancada porque, assim, não tenho quem me defenda. Mas eu sou assim — e não há nada a fazer. Com certeza que seria muito mais fácil pagar as contas caso fosse de outra maneira, mas isso dava-me cabo do estômago — e eu, de estômago, já tenho problemas que me cheguem. De maneira que prefiro preservar o canastro, pois com a saúde não se brinca.
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Até Já
• 13-01-2011 |