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O 400º HOMICÍDIO Faz hoje 400 anos que a Igreja Católica queimou vivo o filósofo italiano Giordano Bruno. Completamente nu e com uma farpa de madeira espetada na língua. Inquirido sobre o assunto, o papa João Paulo bateu ao de leve no peito e apressou-se a dizer que a Igreja Católica continua a considerá-lo um "herege". Sobre os juízes responsáveis pela condenação, o sumo pontífice não teve dúvidas: foram "motivados pelo desejo de servir a verdade e promover o bem comum, fazendo mesmo o possível para lhe salvarem a vida". Convém dizer que, entre outras mentiras, o monge dominicano imolado pelo fogo defendia a tese de que era o Sol, e não a Terra, que estava no centro do Universo. Quanto ao "bem comum", é bom que se diga que o napolitano foi um perigoso agitador da ordem pública, da moral e dos costumes, já que defendia a igualdade do homem e da mulher. É claro que o livre-pensador podia ter escapado à fogueira, como os juízes terão feito o possível. Só que o livre-pensador era isso mesmo, um livre-pensador, recusando renegar as suas teses. 400 anos depois, a Igreja Católica continua com dificuldade em aceitar a existência de homens livres e, quem sabe, a sonhar com o regresso da Inquisição. Lembram-se de um inquérito feito há uns anos atrás, junto dos jovens, em que estes disseram que Auschwitz nunca existiu? Pois bem, experimentem fazer um inquérito sobre a Inquisição. Aposto que a maioria dos nossos jovens vai responder que nunca ouviu falar ou, se ouviu, vai dizer que é o título de um filme do Spielberg.
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Até Já
• 13-01-2011 |