ILÍDIO MARTINS página pessoal |
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TENHO DÚVIDAS Não sei se o regime de Saddam Hussein tinha armas de destruição maciça (ADM). Digo não sei porque não há factos que o comprovem — ou que demonstrem o contrário. Tinha dúvidas da sua existência antes da guerra, continuo a tê-las depois da guerra. Mas, se bem me lembro, havia uma resolução da ONU que obrigava o regime de Saddam a demonstrar que as tinha destruído. Ora, como isso não aconteceu, é razoável concluir que as tinha. Não é? É bom não esquecer que Saddam Hussein jogou ao gato e ao rato com os inspectores da ONU durante anos a fio, facto que agora se pretende esconder e que, por si só, justificava uma intervenção militar — precisamente uma intervenção militar à luz do direito internacional, como os «pacifistas» não se cansaram de exigir. O facto de não terem sido encontradas ADM não quer dizer que o ditador não as tinha, como se começou a dizer a seguir ao fim da guerra. Pode ser que assim seja, mas é uma mera suposição. Também não sei se foi mentira ou engano, como agora se diz. Para mim, a questão da intervenção militar no Iraque sempre esteve para além das ADM. Ou melhor, para além de o regime iraquiano as ter ou não ter, pois se as não tinha procurava adquiri-las e eu nunca duvidei que Saddam as usaria contra os americanos logo que lhe fosse possível. Assim sendo, seria um suicídio esperar que o regime iraquiano as utilizasse para assim se provar que as tinha. Mais: eu sempre achei que um dos erros da administração Bush na questão do Iraque foi agarrar-se em demasia às ADM, quando havia outras razões que justificavam uma intervenção militar. Depois, quem foi contra a guerra só disse disparates e demonstrou sê-lo pelo mais puro anti-americanismo. Ou, então, serviu-se do caso como um mero expediente para afirmar uma pretensa importância perante terceiros — como o caso do presidente Chirac mais a sua arrogância bacoca. Acusem-me do que quiserem que eu não me importo. As ADM não são tudo e os factos conhecidos são demasiado escassos. Contrariamente às mentiras e suposições sem pés nem cabeça, que proliferam como cogumelos desde a primeira hora. Não digo que não mudarei de opinião. E, se mudar, não será a primeira vez. Mas certamente que não será com preconceitos, suposições ou mentiras.
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Até Já
• 13-01-2011 |