ILÍDIO MARTINS página pessoal |
|
DESABAFOS | TRABALHOS | BLOGUE | Identificação | Contacto | |
APITO DOURADO A corrupção em Portugal está longe de ser um exclusivo da actividade desportiva, e a actividade desportiva até nem será das piores. Como está mais exposta que as outras e mexe mais com o coração que com a razão, a actividade desportiva está sob permanente escrutínio dos media, o que não sucede noutras actividades. Vasco Pulido Valente notou que a corrupção no futebol é «uma ínfima parte da corrupção geral do país», e que há negócios que fazem discretamente «operações tão complicadas que ninguém percebe» e «com que nunca sonhou o pior aldrabão do futebol». De facto, assim é. Mas isto não invalida que se ataque a corrupção no futebol, porque os erros e a impunidade de uns não podem desculpar os erros e a impunidade de outros. Importa, por isso, saber se é verdade o que diz Carolina Salgado no livro recentemente editado e o que vem nos jornais. Se é verdade, por exemplo, que o presidente do FC Porto mandou espancar um autarca. Se é verdade que Pinto da Costa foi avisado pela Judiciária de que a sua prisão estaria eminente, e que a sua residência iria ser alvo de buscas. Se é verdade que um magistrado lhe deu guarida no dia aprazado para a sua detenção. Muito mais do que arrear na ex-companheira de Pinto da Costa, importa saber se é verdade o que ela diz. Até lá, é bom notar que o livro já motivou a reabertura de um processo judicial que tinha sido arquivado por falta de provas, e outros desenvolvimentos igualmente importantes no caso Apito Dourado. Para um livro que alguns se esforçam por reduzir a mera porcaria, ignorando outras porcarias por ele denunciadas, convenhamos que não é pouco. Pelo contrário: é bem capaz de servir para meter uns quantos na cadeia e de ajudar a alcançar o que a impotência de uns e a cumplicidade de outros não tornou, ainda, possível.
© Direitos Reservados. |
Até Já
• 13-01-2011 |