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MEU CARO HERBERTO Como seria de esperar, o nosso Herberto recusou a estátua proposta pelo Isaltino. Porque ninguém lhe pediu autorização e porque, mesmo que lhe pedissem, recusaria. Mas o presidente da Câmara de Oeiras não quer saber de lirismos e já fez saber que "a imagem das figuras públicas (...) não tem protecção jurídica". De maneira que, meu caro Herberto, prepare-se para o pedestal. Não tenha a veleidade de pensar que vai ficar a salvo da imundice das pombas e do ar horrorizado das criancinhas. E, bem vistas as coisas, tanto faz agora como depois de morto. Porque você sabe que, depois de morto, não escapa. Não faltará por aí quem se queira vingar dos prémios que você recusou e dos retratos que não tirou consigo a fazer de bibelot. Precate-se, meu caro Herberto. Escreva no seu testamento para que lado quer virada a sua estátua, para evitar que lhe suceda o mesmo que ao pobre do João da Câmara, que já esteve virado para um café que agora é um banco e hoje ninguém sabe para que lado há-de virá-lo. Recomendo-lhe também que vá pensando no epitáfio, como fez o O'Neill, antes que alguém ponha lá umas palermices que provocariam a sua ira. De preferência uma frase curta do género: "você conhece o Isaltino?".
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Até Já
• 13-01-2011 |