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REVISTA À PORTUGUESA Toda a gente sabe que a revista à portuguesa faleceu há uns anos valentes. O que eu não sabia é que se tinham esquecido de a enterrar. E, como se esqueceram, de vez em quando vislumbram-se por aí uns cadáveres. Eu juro que vi uma meia dúzia deles um dia destes. Directamente vindos de Portugal para uma "actuação internacional", como eles gostam de dizer na terrinha para impressionar os pategos, embora toda a gente saiba que eles vão actuar para os emigrantes portugas. Os respeitáveis cadáveres representaram uma rábula de uma revista cujo nome não me ocorre mas que não tem grande importância. Debitaram umas canções rascas e mal cantadas, umas graçolas de carregar pelo bico, os truques e os traques do costume. Tudo demasiado previsível, demasiado pacóvio, demasiado patético. E, claro está, sempre acompanhados com o ar banzado do "empresário", inevitavelmente com cara de proxeneta. Confesso que me apeteceu desmantelar-lhe as ilhargas, como diria o Eça, mas o homem era um latagão e os artistas podiam ser dados a melindres. De maneira que eu achei por bem optar pela prudência e só peço encarecidamente que alguém lhes faça o funeral que merecem. Com ou sem honras de Estado. Com ou sem direito a Panteão. Desde que seja rápido e como deve ser, tanto me faz. E, se houver necessidade, podem contar comigo para escrever o epitáfio. Está bem. De borla.
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Até Já
• 13-01-2011 |