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REVISÃO PRÉVIA O episódio que envolveu o secretário de Estado da Administração Interna e um semanário regional, mais exactamente a retirada das bancas da última edição do Notícias de Vila Real por causa de uma entrevista que terá sido publicada naquele semanário sem a revisão prévia do entrevistado, teve o condão de trazer para a ribalta um problema que nunca deveria sair dela: as relações do poder com os media, neste caso do poder político com os media regionais. Como sobreviver na província sem o apoio das autarquias? Como divulgar uma notícia que põe em causa a honorabilidade do político A se o político A controla a empresa que mais anuncia na rádio? Como publicar uma reportagem que vai pôr a nu a mediocridade do político B se o político B pode liquidar o jornal? Tirando casos excepcionais, é evidente que não podem. Os proprietários dos media regionais precisam dos anunciantes locais (não há alternativas para os anunciantes que se perdem), da protecção dos políticos da região, de sobreviver. Resumindo, precisam de estar bem com todos. E estar bem com todos implica não ver o que interessa não ver, fazer os fretes mais descarados, baixar as calças quando for preciso. O caso Ascenso Simões, que terá retocado o retrato que dele deu o semanário a quem concedeu uma entrevista, é um bom exemplo da relação entre o poder político e os media regionais. Pena é que casos como este só raramente venham a público, mas é preciso não esquecer que quem os pode divulgar é o primeiro interessado em escondê-los. Custa admitir que assim seja, mas as coisas são o que são.
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Até Já
• 13-01-2011 |